27.1.15

Encontros Emergentes




Quando nos cruzamos com um rosto do passado, qual é a primeira coisa em que pensamos?
No sentimento que lhe tínhamos?
Na companhia que agora temos?
De quão bem aparentados estamos?
Ou de quão bem parecido o outro está?
Pensamos em falar ou em desviar os olhos?

Não há saídas de emergência em encontros emergentes.
Não existem instruções nem regras de reacção.
Entre o olhar e desolhar, entre o embaraço e a excitação, onde fica a atitude correcta?

Creio que a história e o passado traçarão os impulsos.
Um amor mal resolvido fará evitar olhares.
Sangrará rancores dentro do peito.
Uma paixão não consumada fará os pés andarem em frente.
Procurando o que não tiveram.
Um amor que nos trouxe arrependimento far-nos-á fugir.
Fugir de nós, do passado e do reencontro.
E não é esse, precisamente, que queremos sempre reviver?
Não é esse que, nunca encontro inesperado, nos faz o peito arder?

Quando nos cruzamos com um rosto por quem nos apaixonámos no passado será possível fugirmos de nos apaixonarmos outra vez?

[por instantes, não.]

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